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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Perdidas no tempo: 10 grandes empresas que já estiveram no topo

ito, Pérsia, Macedônia, Roma, Bizâncio. A História da humanidade é marcada pela ascensão e queda de impérios, que, após mudarem o mundo, são substituídos por outros mais fortes ou inovadores. No mundo da tecnologia, parece não ser tão diferente.
Há inúmeras empresas que contribuíram grandemente para a evolução de hardware, software e serviços, e com isso colheram status e domínio de mercado em seus respectivos momentos de apogeu, mas algo no meio do caminho acabou levando-as à falência, à mediocridade ou mesmo ao simples esquecimento.
Hoje, no TecMundo, faremos um breve memorial em nome daqueles que já foram gigantes da tecnologia, mas que nestes dias infelizmente não estão mais entre nós — ou até estão, mas ninguém liga muito.

1. Sun Microsystems

Tendo seu ápice durante a bolha da internet, a Sun Microsystems foi uma empresa que produzia e vendia computadores, softwares, componentes de hardware e informação tecnológica. Foi responsável pela criação do sistema de arquivos NFS e pelo Java. Este último, por exemplo, acabou se tornando uma linguagem de programação rápida e versátil que provavelmente ainda perdurará alguns bons anos.
Em janeiro de 2010, a Sun foi comprada pela Oracle Corporation por US$ 7,4 bilhões. No mês seguinte, ela foi fundida à multinacional, passando a se chamar Oracle America Inc. A Sun não chegou a falir ou fechar, mas sua aquisição a tornou praticamente inútil, sendo mantida apenas por causa de suas patentes.

2. Compaq Computer Corporation

Fundada no início dos anos 80, a Compaq desenvolvia, vendia e oferecia suporte a computadores e produtos e serviços relacionados. Foi responsável por alguns dos primeiros IBM PC compatíveis, chegando a se tornar a maior fornecedora de sistemas de computador do mundo, durantes os anos 90.
A companhia lutou para se manter no mercado após a reformulação causada pela bolha da internet, mas perdeu sua colocação de maior fornecedora para a Dell em 2001. No ano seguinte, foi adquirida pela HP por US$ 25 bilhões. Atualmente, a Compaq é mantida em uso por sua empresa-mãe apenas no desenvolvimento de sistemas simples.

3. Eastman Kodak Company

A Eastman Kodak Company é uma empresa multinacional especializada em equipamentos fotográficos profissionais e amadores. Foi cofundada por George Eastman, inventor do filme fotográfico, e ficou mundialmente famosa pela produção e comercialização desse produto. Durante a maior parte do século 20, a companhia foi uma gigante no mercado de filmes fotográficos, chegando a dominar 90% desse mercado nos Estados Unidos na década de 70.
Entretanto, no fim dos anos 90, a Kodak começou a enfrentar sérios problemas financeiros devido à queda de vendas em filmes durante a transição para a era da fotografia digital. O último ano em que obteve algum lucro, nesse longo período de crise, foi 2007.
A empresa chegou a mudar de estratégia, abraçando a tecnologia digital de fotografia e impressão, mas, em 2012, pediu proteção contra a falência para o governo norte-americano.  Em 2013, a Kodak emergiu da falência abrindo mão de vários de seus serviços, como a fabricação de câmeras digitais de foto e vídeo.

4. Napster

Tendo apenas dois anos de permanência no ar — de junho de 1999 a julho de 2001 —, o Napster original foi o serviço pioneiro no compartilhamento de arquivos P2P, com foco principal em arquivos MP3. O desbravador da modalidade foi, em seguida, inspiração para diversos novos serviços que gradualmente foram expandindo e aperfeiçoando suas capacidades, tal como Limewire, Kazaa e BitTorrent.
Como precursor do gênero, o Napster também foi um dos principais bodes expiatórios das grandes gravadoras, enfrentando múltiplos processos legais de infração de direitos autorais que resultaram em uma ordem judicial para o encerramento de suas operações.
O serviço original foi fechado e adquirido pela empresa americana de softwares Roxio, que relançou o Napster como uma loja de música online. Em 2011, a Roxio foi vendida para a Rhapsody, loja online da multinacional Best Buy.

5. Itautec S/A

A Itautec foi uma empresa 100% nacional com especialização em equipamentos de TI, automação comercial e automação bancária. Atuando no Brasil desde 1979, a companhia tinha subsidiárias em cinco países, chegando a possuir a décima maior base instalada de caixas eletrônicos do mundo, além da maior rede própria de assistência técnica em informática do país.
Também teve em seu histórico eventos como o controle sobre a marca Philco em território nacional, de 1994 a 2005, e diversos prêmios recebidos em 2010. Entre eles está o do World Finance Technology, sendo considerada a melhor fornecedora de soluções de segurança e tecnologia para o setor financeiro da América Latina.
Em 2013, porém, a Itautec S/A encerrou suas atividades com esse nome, vendendo a maior parte de sua participação nas áreas de automação bancária e comercial e prestação de serviços para a empresa japonesa Oki. A unidade de computação da Itautec, que também atuava com a marca Infoway, foi desativada.

6. SEGA

Gigante do mercado de console de video games, principalmente durante os anos 80 e 90, a SEGA rivalizou com a Nintendo por algumas gerações de consoles, lançando produtos como os antológicos Master System, Mega Drive — conhecido nos Estados Unidos como SEGA Genesis —, além do mundialmente conhecido mascote Sonic.
A SEGA causou um grande impacto no mundo da tecnologia com suas iniciativas inovadoras nas áreas de software e hardware, pavimentando o caminho para diversas empresas do mercado de video games.
Infelizmente, seu último console, o Dreamcast, causou enorme prejuízo à empresa, obrigando-a a se reestruturar. Ela deixou a fabricação de hardware, para dedicar-se estritamente ao desenvolvimento de games para outras empresas, inclusive para a própria Nintendo, que outrora foi sua grande concorrente.

7. Hewlett-Packard Company (HP)

Durante muito tempo sendo referencial para o mundo da tecnologia, a HP já foi uma das gigantes no mercado de computação, impressão, tratamento de imagem e softwares, chegando a se tornar líder na fabricação de computadores pessoais.
Apesar de ter sido a segunda maior vendedora de PCs em 2013, a empresa já não é mais sinônimo de qualidade há algum tempo. Isso e algumas apostas malsucedidas, como a tentativa de entrar no mercado de tablets, causou nos últimos anos uma enorme queda no valor das ações e demissões na companhia.Ascensão do preço das ações da HP, desde o período de baixa entre 2012 e 2013
A empresa luta para se reerguer e desde dezembro do ano passado vem prosperando como corporação, mas, como marca, precisa de novas estratégias para reconquistar o lugar que um dia ocupou na preferência do consumidor final.

8. BlackBerry

Originalmente, essa empresa era conhecida por ser inovadora no ramo de smartphones empresariais e governamentais. Em 2010, chegou a dominar 43% do mercado dessa modalidade. Além da linha de celulares e smartphones, a companhia também tem seus próprios sistemas operacionais mobile, exclusivos para seus dispositivos.
A situação da BlackBerry iniciou seu processo de declínio com a grande competição de companhias como Apple e Samsung, que fornecem a já predominante tecnologia de telas sensíveis ao toque. Por causa disso, a fatia de mercado da empresa caiu para 3,8% em 2013. Atualmente, a maior parte de seu valor está em suas patentes, que valem entre US$ 2 e 3 bilhões de dólares.

9. America Online (AOL)

A companhia que chegou a ser um dos principais ícones da revolução da internet foi fundada em 1985. Conhecida por seu pacote de softwares, também chamado de AOL, a América Online oferecia a seus clientes a porta de entrada para a World Wide Web, chegando a ter mais de 30 milhões de usuários em seus serviços.
A empresa comprou em 2000 a Time Warner, aquisição que não foi muito frutífera, resultando na cisão e independência dessa última nove anos depois. Entre vários momentos de transição e reformulação da marca, a AOL tem enfrentado várias crises nos EUA ao longo dos anos. No Brasil, a empresa chegou em 1999 prometendo ser “o maior provedor de internet do País”, algo que não chegou a acontecer devido aos vários problemas técnicos com os CDs de instalação do discador e a má qualidade do serviço.
O prejuízo em toda a América Latina foi em torno de R$ 182 milhões, o que fez com que a empresa fechasse as portas oficialmente neste pedaço do continente em março de 2006. Houve um retorno da marca America Online no Brasil em 2008, mas com serviços diferentes daqueles oferecidos no início, como mensagens instantâneas, notícias, email e álbum de fotos.

10. Atari

A Atari talvez ainda seja a grande Top of Mind quando o assunto é video games antigos, e há uma boa razão para isso. A empresa criou as primeiras máquinas de arcade alimentadas por fichas e moedas, mas seu produto mais popular foi o console caseiro Atari 2600, que gerou um assombroso sucesso devido ao seu custo relativamente baixo e às várias opções de jogos que possuía.
Devido à crise no mercado de games em 1983, a empresa original passou por diversas reformulações, tendo divisões de departamentos e aquisições nas mãos de várias companhias. Em 2008, a Atari tornou-se subsidiária da Infogrames Entertaintment, SA, que mudou mais tarde seu nome para “Atari, SA”. Atualmente, ela está somente no ramo de desenvolvimento de jogos.
Poucas coisas duram para sempre e, em um campo no qual tudo muda tão rápido como a área de tecnologia, não é de se espantar que as coisas fiquem facilmente obsoletas, tornando difícil a tarefa de se manter firme no mercado. E você, de quais empresas de tecnologia que um dia já foram grandes sente mais falta?

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